A presença feminina no agronegócio é histórica, do plantio à colheita. No entanto, uma transformação cultural impulsiona as mulheres a se posicionarem e ocuparem espaços de destaque. Inovadoras, focadas na gestão, com sensibilidade para definir projetos e transformar sonhos em realidade e, agora, mais protagonistas no agronegócio mineiro.
Na região central do Estado, esse protagonismo se intensifica com ações estruturadas e contínuas promovidas pelos Sindicatos dos Produtores Rurais de Abaeté, Pompéu, Bom Despacho, Curvelo, Paraopeba, Sete Lagoas e Luz em parceria com o Sistema Faemg Senar. Juntas, as instituições promovendo eventos e encontros direcionados, além da criação de núcleos, motivando a mulheres a trilharem o caminho da liderança.

Em São Geraldo do Jataí, município de Curvelo, a produtora Leia de Fátima de Oliveira personifica essa força transformadora e a paixão pelo agronegócio, características presentes em muitas mulheres que fazem a diferença no meio rural. Na Fazenda Estrela, ao lado do marido, ela administra as finanças, negocia com fornecedores e garante o manejo e bem-estar dos animais, que produzem cerca de 500 litros de leite diariamente.
Reconhecida por sua determinação e atuação nos programas de capacitação do SPR de Curvelo, Leia é uma referência em resiliência e eficiência. Entre os principais desafios ligados à agropecuária, ela destaca a busca por mão de obra qualificada, enquanto equilibra, com sabedoria e muita tranquilidade, as funções de proprietária, administradora, mãe e dona de casa. Para ela, o protagonismo é natural, mas o despertar pode ser longo. "A virada de chave acontece quando entendemos que o campo é mais que vocação e qual o nosso papel na família. O segredo também está na capacitação, boas referências para inovar e muito diálogo”, avalia Leia.

Acompanhamento
O Sistema Faemg Senar, entidade representante dos produtores rurais mineiros acompanha esse movimento e, por meio da Comissão Faemg Mulher, investe em capacitação, liderança e empreendedorismo feminino, criando um cenário ainda mais promissor. Segundo a gerente da Mulher, do Jovem e da Inovação do Sistema, Silvana Novais, é importante lembrar que “as mulheres sempre estiveram presentes e trabalharam no setor agropecuário, só não apareciam. O que está acontecendo é um verdadeiro despertar para se posicionarem”, explicou.
Silvana ainda ressalta as evoluções nesse sentido e as ações conjuntas, tanto na Central Mineira quanto nas demais regiões de Minas. “Vamos continuar apoiando e fortalecendo uma participação mais plural no sistema sindical também. O objetivo é que as mulheres avancem na representatividade do setor onde estiverem, seja na região central ou em qualquer outra de Minas Gerais”, diz Silvana.
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